O Blog Listas Literárias leu Zon, O Rei do Nada, de Andrei Simões, e ilustrações de Lupe Vasconcelos, publicado pela editora Empíreo, e publica neste post suas 10 considerações sobre o livro:
1 – Zon, o Rei do Nada, de Andrei Simões e ilustrações de Lupe Vasconcelos é uma publicação surpreendente que mostra que é possível encontrarmos verdadeiras preciosidades fora do mainstream do mercado editorial, no melhor exemplo que editoras pequenas podem entregar ao leitor um produto de pura arte e qualidade. Este livro, me arrebatou;
2 – Através de Zon, seu misterioso e louco personagem, Andrei Simões leva seu leitor a uma jornada fantástica e existencialista, repercutindo e discutindo algo intrínseco aos seres humanos que é sua secular necessidade de buscar respostas. Zon traz tudo isto neste livro cheio de imagens e sensações que fará seus leitores parar para pensar;
3 – Meus elogios, e aqui não há qualquer exagero neles, são amplamente justificáveis, pois não só o texto brilhante do autor, a publicação como um todo é de um esmero nem sempre encontrado. O Projeto gráfico que consegue repassar a mesma mensagem do texto, as ilustrações fantásticas de Lupe Vasconcelos, e a edição de ótima revisão e preparação é como um todo louvável;
4 – Mas acima de tudo está o talento do autor Andrei Simões. Seu texto é tudo aquilo que se espera de um grande autor, pois é claro seu cuidado com as palavras, lapidando cada frase como um joalheiro trabalha em suas joias. No livro cada parágrafo é impactante, reflexivo e infinitamente fantástico quanto a imagens, cenários, e divagações;
5 – É possível dizer que Andrei Simões com Zon o Rei do Nada, está em pé de igualdade com os principais e melhores autores do mundo. Com uma fantasia tão rica e pungente como Neil Gaiman, e tão psicodélico quanto os romances de Lewis Carrol, ou os filmes de Tim Burton;
6 – Zon é um questionador nato. Talvez isso o torne assim tão familiar ao leitor. Sua jornada por mentes alheias se torna uma passeio filosófico ancorado em metáforas que fazem o leitor pensar por si só;
7 – O livro como falei possui um cenário fantástico. As criaturas e os personagens que o habitam permite cenas antológicas. Em alguns momentos a acidez ganha forma fazendo o leitor chocar-se com o que se aproxima. Zon debate a fé, as crenças, joga-as por terra, ao mesmo tempo lhes dá poder. Zon até pode assustar leitores imaturos ou rasos, mas sua complexidade nada mais é da relevância que a arte e a literatura necessitam;
8 – Além disso, o livro é atemporal. Seu tema é universal, e será sempre contemporâneo, pois versa sobre coisas e sentimentos que há muito nos atormentam. Somado isso com a extrema qualidade do texto e o grande domínio da escrita de Andrei Simões, mesmo não podendo aqui prever o futuro, me atreveria a dizer que aí está um livro com condições de ir muito longe.
9 – E a inteligência do livro o leitor certamente ao chegar em sua página poderá confirmar, quando ele próprio (o livro) se usa da mesma dubiedade de pensamentos ao longo da obra, e fala sobre si, sobre o que é, ou não é, e deixa claro que o livro será aquilo que você leitor quiser que ele seja;
10 – Enfim, Zon, O Rei do Nada, é uma fantástica análise social e humana. Um livro que interage com seu leitor, e que provoca reflexões profundas sobre a vida, a morte, ou simplesmente a não existência. É um dos mais relevantes textos surgido recentemente na literatura brasileira, e que precisa certamente chegar ao grande público, porque sua qualidade é inegável;
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